segunda-feira, 8 de agosto de 2011

Co-dependência Emocional


Por Anamaria Lima

Primeiramente, é preciso dizer que todas as pessoas, em menor ou maior grau, são co-dependentes. De maneira abrangente, o co-dependente é aquele que acredita ser responsável pela felicidade e necessidades das outras pessoas. E para isso, vive em função dos outros, numa eterna tentativa de controlar a maneira como devem conduzir suas vidas, seus comportamentos e até pensamentos. É um verdadeiro escravo emocional cujo bem estar passa a depender das outras pessoas, o que sempre causa desentendimento e mal estar. 

Incapaz de estabelecer limites saudáveis, o co-dependente perde sua identidade e busca no outro amor, aprovação e reconhecimento para compensar a falta de amor próprio. Consequentemente, vive eternamente insatisfeito, com uma sensação de não ser devidamente apreciado e de que é vítima das pessoas e dos acontecimentos.

Isso acontece porque o co-dependente não suporta lidar com a ansiedade gerada pela consciência de que na verdade o outro não precisa dele para viver. É demasiado doloroso para o ego o encontro com essa verdade. A sensação de vazio, portanto,fica sempre presente, fazendo-o oscilar entre o salvador que resolve todos os problemas dos outros e a vítima quando as coisas não saem como ele gostaria. 

Podemos ilustrar alguns exemplos de comportamentos e sentimentos co-dependentes:

- Ter dificuldade de dizer não (ser o “bonzinho/boazinha” da história);
- Sentir-se culpado em usufruir das coisas que conquistou (afinal, tem tanta gente sofrendo no mundo, não é mesmo?);
-Ter medo de expressar o que verdadeiramente sente e perder o amor/admiração/respeito do outro; 
- Sentir que o seu parceiro/parceira não reconhece o que faz por ele/ela;
- Ter ciúmes do seu parceiro/parceira;
- Acreditar que alguém é responsável por lhe fazer feliz;
- Interromper os afazeres do seu dia para fazer favores para amigos e parentes; 
- Cuidar mais dos outros do que de si mesmo;
- Controlar o comportamento das pessoas (como elas devem se vestir, falar, pensar);
- Ter medo de ser abandonado e rejeitado etc...

Se você se encaixou em algum dos exemplos, talvez seja a hora de olhar para você mesmo de uma forma mais honesta e consciente. E para isso, a ajuda de um profissional especializado pode ser de grande valia. Admitir, reconhecer e aceitar que se tem a doença é o primeiro passo a ser dado. O segundoé começar as mudanças de comportamento necessárias e aprender a lidar com sentimentos de insegurança, medo, rejeição, culpa etc que certamente irão surgir no processo. Ter coragem para olhar e tratarnossas dores e misérias da alma nos permitirá exercer o único controle que nos é possível: o da nossa própria vida!

* Psicóloga clínica formada pela Universidade Federal de Pernambuco. Atende no espaço de tratamentos holísticos Pura Luz Yoga, utilizando como ferramentas auxiliares os Florais Australianos, técnicas de respiração e da bioenergética.

Pura Luz Yoga: (81) 3226-7590

email: analima.psi@gmail.com

8 comentários:

Anônimo disse...

Bom dia, Doutora!

Primeiramente, gostaria de dar os parabens
por ter postado esse excelente texto sobre
Co-dependencia Emocional.
Em segundo lugar, quero dizer que eu sofro disso há
muito tempo e não sabia sequer que vinha me comportando de tal
maneira.
Por conta disso, até hj ainda me sinto estagnado.
Doutora, o que eu posso fazer pra me livrar disso?
A EFT pode ajudar nesse caso?
Obrigado!
Marcelo

Anamaria Lima disse...

Bom dia, Marcelo!

Obrigada por retornar :)

Olha, a EFT ou uma terapia podem sim lhe ajudar muito. Não tenha pressa para "se livrar disso", mas fique focado em olhar para o problema. Como podemos curar algo que não conhecemos, não é verdade? E mais, se levamos anos para construir uma doença não podemos querer desconstruí-la em um mês, concorda?

Mas não desanime! Procure algum psicólogo (a)/ terapeuta holístico que possa acompanhá-lo nesse processo de descoberta de si mesmo. Você certamente precisará de orientações na sua caminhada.

O primeiro e corajoso passo você já deu que foi perceber que você tem sim esse problema. Acredite, esse é um das passos mais difíceis.

Torço por você! Siga em frente!

Amor e luz!

Anônimo disse...

Adorei o texto, e a medida que lia me perguntava: é verdade que o que está descrito como co-dependência não tras tranquilidade, mas como então se pode viver em liberdade quando o outro é necessário a existência. Sem o outro eu não podería nem me comunicar.
Como encontrar ou identificar o que é a necessidade construtiva e a destrutiva?

Begonia

Anamaria Lima disse...

Bom, Begonia. O contrário da não co-dependência não é o isolamento. Muito pelo contrário. Quando somos capazes de reconhecer e lidar com nossas questões (abandono, rejeição, culpa) necessariamente a qualidade das relações interpessoais aumenta e tende a harmonia.

Estamos tão viciados em viver e acreditar num falso amor que escraviza e é escravizante que nos parece impossível outra forma de se relacionar com nós mesmos e com os outros (as).

É necessário muita coragem para olhar para suas próprias questões e torna-se responsável por elas, ao invés de projetá-las em alguém. Essa é a verdadeira dificuldade da qual a maioria das pessoas foge!

Somente quando descobrimos o que de fato projetamos no outro (a), é que seremos capazes de identificar se nossa necessidade é construtiva ou destrutiva.

Afinal, é muito mais fácil e conveniente culpar alguém pela vida lamentável que levamos, do que assumirmos que somos responsáveis por ela. Não é mesmo?

Em tempo: se é necessidade já é algo SEU, só lhe diz respeito; o outro não criou essa necessidade em você. Ele não pode ser responsável por preencher suas necessidades. Só você mesmo!

Obrigada por compartilhar seus pensamentos/sentimentos aqui :)

Amor e luz!

Ivson Menezes disse...

Parabéns, ANA! Seus textos são uma janela, uma esquina, uma porta, uma brecha para o encontro com a mudança.

ALINE LIRA PAIXÃO disse...

Olá Aninha,
Estou acompanhando seus artigos sempre...é importante ouvir a opinião de um profissional sobre assuntos de comportamento...tb estou divulgando com os amigos...Parabéns, Aline Paixão

Anamaria Lima disse...

Ivson e Aline!

Fico imensamente feliz que meus textos venham servindo como um pontinho de luz na alma de vocês.

Obrigada por compartilharem seus sentimentos!

Amor e luz!!!

edrodr disse...

Sensacional....
Caso possa siga o meu Bog e me ajude com criticas....não sou psicólogo, mas gosto de refletir...queria também pedir autorização de replicar textsos seus.

http://tomejeitonavida.blogspot.com/

Obrigado.

Eduardo Rodrigues